Quanto mais cedo as crianças tiverem acesso a uma educação financeira, maiores as chances delas manterem uma relação saudável com o consumo quando se tornarem adultos
Mesada para os filhos

Não há uma idade certa para começar a falar sobre dinheiro, porém é fato que grande parte dos problemas relacionados a dinheiro se deve a falta de educação financeira básica. Portanto, quanto mais cedo o tema for tratado entre as crianças, de maneira simples e franca, maiores as chances delas manterem uma relação saudável com o consumo quando se tornarem adultas. Desta forma, o site da Anbima, Como Investir, reuniu algumas dicas de como tratar o tema com as crianças. Não deixe de conferir:

Ajude a fazer o planejamento

Se seu filho recebe mesada, você pode ajudá-lo a planejar os gastos com o dinheiro, elaborando um pequeno orçamento com as despesas previstas.

Ajude a crianças a pensar nos gastos, no que ela poderá comprar com o dinheiro que conseguir juntar. Pensem juntos em objetivos e calculem quanto tempo de economia será necessário.

Exemplo em 1° lugar

Desde muito novas, as crianças observam todas as atividades cotidianas. Ainda que não entendam de onde vem o dinheiro, são capazes de perceber o ato de comprar algo ou pagar uma conta. Por esse motivo, o exemplo dos responsáveis é fundamental. As crianças assimilam e absorvem desde cedo os hábitos de consumo e poupança de uma família.

Segundo Ana Leoni, superintendente de de Educação da Anbima, é importante mostrar que o dinheiro não “brota do chão”, que é fruto de esforço. “Quando seu filho pedir um brinquedo mais caro, mostre a ele que aquele item requer uma economia maior do que uma barra de chocolate, por exemplo.”

Aprendendo no dia a dia

Muitos pais evitam falar sobre dinheiro para os filhos, e isso transforma o assunto em um tabu. Claro que não é necessário entrar em detalhes, contar para seu filho qual o seu salário, por exemplo. No entanto, as situações do cotidiano podem servir para ensinar muito sobre educação financeira.

Um passeio no shopping pode ser uma oportunidade para discutir porque o preço do mesmo produto varia em diferentes lojas ou, também, para falar das diferenças entre as coisas que “devemos” e as que “desejamos” comprar.

Pra começar, o cofrinho

O “cofrinho” também é uma boa maneira de ensinar dinheiro para as crianças. Há uma série de conceitos que podem ser englobados neste exemplo: explicar sobre o valor de diferentes moedas, sobre o que é poupar, como guardar dinheiro aos poucos para adquirir algo melhor futuramente. “O cofrinho é uma experiência que mistura a necessidade de disciplina, de se planejar e de poupar para conquistar o que se deseja. É positivo exercitar isso desde cedo até porque traz uma sensação de independência e autonomia para os pequenos”, ela explica.

Uma boa forma de ensinar o valor do dinheiro pode ser, por exemplo, propondo que as crianças guardem uma moeda por dia para poder comprar um chocolate no fim de semana. Com atividades como essa as crianças já se familiarizam com os números.

Depois, a mesada (ou semanada)

A mesada é um elemento eficaz de educação financeira. Combinar um dia do mês para fazer o pagamento e deixar que as crianças decidam o que fazer com o dinheiro estimula o amadurecimento emocional e financeiro delas.

Vale ressaltar que é fundamental que os pais também cumpram as regras da mesada. Se o dinheiro acabar e as crianças quiserem mais, lembre-as da data do próximo pagamento e aproveite para falar sobre a importância de controlar os gastos ao longo do tempo.

Caso tenha dúvidas sobre a quantidade de dinheiro que se deve dar às crianças, a Ana sugere que seja um real por ano de idade. Por exemplo, a menina de 8 anos ganharia R$ 8 por semana, e o de 10 anos, R$ 10. A família também pode conversar sobre quais itens devem ser cobertos por este valor e elaborar um pequeno orçamento. É possível que a criança precise de três mesadas para comprar aquilo que deseja, é aí que a importância do autocontrole e do planejamento entram em cena!

Até mais.

Por que seu filho não precisa mais ser um aluno Nota 10 ?

E a escola do seu filho? Ela o está preparando para se tornar um empreendedor?

Tenho participado como palestrante e visitante em inúmeros eventos sobre educação no Brasil e no exterior e não é novidade que a temática da inclusão das tecnologias digitais na escola tomou conta das discussões nos últimos anos. A sensação que tenho, depois de acompanhar diversos painéis e conhecer de perto centenas de soluções de edtech, é que o debate sobre usar ou não tecnologia está se tornando cada vez mais inócuo e sem sentido.

Estive no mês passado no BETT, em Londres, palco anual para o lançamento e apresentação de novos produtos e serviços desenhados para revolucionar a educação.

Pelos corredores da Feira vi de tudo: realidade virtual, realidade aumentada, programas de big data e análise de dados, lousas digitais, aplicativos, kits de robótica e incontáveis soluções para estruturar escolas equipadas com as últimas tecnologias.

A edição deste ano me chamou a atenção para o que venho insistindo há algum tempo: a tecnologia já oferece um enorme arsenal de gadgets e softwares para colocar em prática uma educação inovadora; o que falta é mudar o mindset das escolas para reconhecer que a grande transformação não está no emprego da tecnologia em si, mas em entender quem é o aluno que hoje frequenta a escola, como ele pensa, quais são seus interesses e como ele aprende. Além disso, por que ensiná-lo? Para quais oportunidades profissionais, pessoais e sociais?

E se este é o cenário, será que basta somente investir em tecnologia para construir uma escola do futuro? Definitivamente, não.

A grande mudança, a meu ver, está em repensar os modelos educacionais enraizados há séculos desenhados para ter foco no currículo e ser de um único tamanho para todo mundo, ou seja, todo mundo aprendendo a mesma coisa ao mesmo tempo. A escola precisa reconhecer que está se tornando cada vez mais obsoleta e dispensável para estudantes que já nasceram sabendo como usar um smartphone e não precisam mais vestir o uniforme e ir exclusivamente à escola para aprender.

Qualquer criança ou jovem pode acessar conteúdos disponibilizados pela escola em que está matriculado, mas também em bibliotecas virtuais de outras escolas e universidades de outros países. Com o Google Maps, podem estudar geografia e conhecer o mundo. Através de video-aulas disponíveis no YouTube, conseguem aprender ou rever matérias com uma linguagem muito mais acessível aos nativos digitais. Não é preciso sair de casa para visitar museus em outros países. Através das redes sociais e de plataformas de mensagem conseguem formar grupos de estudo com alunos da sua escola ou de qualquer escola do mundo.

O momento de aprendizado não está mais restrito à sala de aula e o professor passa a ter um novo papel, o de mediador do processo de aprendizagem dos seus alunos, estimulando à pesquisa, à reflexão e à prática.

Se o aluno do século XXI precisa se preparar para atuar em profissões que sequer foram inventadas, qual a razão de nossas escolas ainda continuarem a formar para profissões que irão desaparecer? Se podem ser muito mais autodidatas e explorar habilidades que têm maior interesse em desenvolver, qual o motivo de serem obrigados a seguir uma grade curricular inflexível e a continuar estudando da mesma forma que todos os outros, sem respeitar suas individualidades e sem desenvolver suas potencialidades? Não faria mais sentido, desde o ensino fundamental, permitir que construíssem suas próprias jornadas de aprendizado e incluíssem conteúdos que têm mais relação com seus projetos de vida?

O cerne da questão não está na tecnologia, mas no entendimento de que a escola, desde os primeiros anos, deve priorizar uma educação mais empreendedora e não uma formação que irá entupir os alunos de conteúdos e conhecimentos que não levarão para vida toda.

A criança, observem, é uma empreendedora nata. Só é preciso estimular a criatividade para despertar este potencial e perceber como elas conseguem, despidas de preconceitos e amarras, pensar fora da caixa.

Já experimentou dar um brinquedo novo a uma criança e ficar observando sua reação? Faça o teste. Ela vai fazer de tudo: virar o presente de todos os lados, abrir, desmontar e remontar até cansar, não é mesmo? Isso nada mais é que o impulso criativo se manifestando da maneira mais pura e espontânea. É a busca por descobrir o mundo.

Agora, pense comigo: o que acontece quando essa criança chega à escola? Infelizmente essa liberdade criativa não é valorizada. Pelo contrário: em vez de incentivar o aprendizado prático, as escolas despejam toneladas de teorias e fórmulas sem conexão com a vida pessoal ou profissional.

O modelo educacional da era industrial foi desenhado para formar pessoas que, no futuro, vão procurar emprego, e não empreender. As futuras gerações precisam desenvolver as competências necessárias ao profissional do século XXI. O que precisamos é de uma escola que forme profissionais com espírito empreendedor, que sejam empreendedores de suas vidas.

Essa visão é importante porque, nos próximos 10 ou 15 anos, quando nossas crianças e jovens chegarem ao mercado do trabalho, o mundo corporativo será totalmente diferente do que conhecemos hoje. A economia criativa vai demandar – e isso já está acontecendo – pessoas inovadoras, visionárias e, acima de tudo, empreendedoras, resilientes e com criatividade para solucionar problemas.

Transformar este sonho em realidade passa obrigatoriamente por uma remodelação profunda dos arcaicos modelos educacionais que ainda imperam na maioria das instituições de ensino. O estudo “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro” traz um alerta particularmente aos pais que leem este artigo e estão preocupados com os rumos da escola de seus filhos: entre os jovens entrevistados, 86% dizem não ter passado na escola por nenhum tipo de preparação para empreender.

O dado mostra que a formação empreendedora ainda é uma realidade distante dos bancos escolares. Para mudar isso, o primeiro passo é analisar os bons exemplos nessa área e segui-los. O Sebrae, uma das principais referências em empreendedorismo no País e que já auxiliou diversas gerações de empreendedores brasileiros, é uma boa inspiração para os educadores. Um dos projetos de formação empreendedora desenvolvidos pela instituição é realizado em Belo Horizonte.

A Escola do Sebrae na capital mineira mantém o Projeto Vitrine, que ensina os adolescentes a conceber uma empresa, da ideia inicial à elaboração do modelo de negócios. Os estudantes aprendem a trabalhar com todos os aspectos envolvidos nesse processo, como questões operacionais, mercadológicas e financeiras. Durante o projeto, eles são acompanhados por um mentor. O objetivo é preparar os alunos para que saiam da escola com conhecimento de mercado e sabendo implementar todas as etapas na construção de um novo negócio.

Precisamos virar a página. Devemos transformar de verdade as estratégias de ensino, passando a valorizar conceitos como o de aprendizagem baseada em projetos e projetos colaborativos online, abrindo as janelas da escola para um mundo de conhecimento lá fora. A tecnologia está aí e o que não falta são ferramentas para transformar de vez a educação. Só falta mesmo é deixar que os alunos coloquem as mãos na massa.

E a escola do seu filho? Ela o está preparando para se tornar um empreendedor?

Até o próximo post.

Os 10 melhores países para criar seus filhos em 2018

A Dinamarca foi eleito o melhor país para criar seus filhos em 2018, segundo um estudo desenvolvido pelo site US News. A Suécia, agora em segundo lugar, ocupou a primeira posição nos dois últimos anos.
O ranking com os melhores países para se criar um filho é um recorte de um estudo maior que contou com mais de 21 mil pessoas em 80 países classificando-os de acordo com 65 atributos.

Para montar a lista dos países com as melhores condições para criar um filho, foram usadas sete categorias: direitos humanos, felicidade familiar, igualdade de gênero, igualdade de renda, nível de segurança, sistema de educação bem desenvolvido e sistema de saúde desenvolvido.

O estudo que conta com vários rankings faz parte do projeto de análise chamado “Relatório de Melhores Países de 2018”, conduzido pela Universidade Wharton School da Pensilvânia e pelo grupo com atuação global Y & R’s BAV.

“O relatório dos Melhores Países mostra o efeito nação sob as outras, sua prosperidade econômica e como é percebida pelas pessoas no mundo”, afirmou o professor de marketing da Wharton, David Reibstein, em um comunicado.

Os primeiros lugares do ranking são ocupados por países nórdicos, conhecidos por oferecer boa qualidade de vida. O Brasil está 26° lugar neste ranking.

Veja a seguir os 10 melhores países para se criar um filho em 2018:

  1. Dinamarca
  2. Suécia
  3. Noruega
  4. Finlândia
  5. Canadá
  6. Holanda
  7. Suíça
  8. Nova Zelândia
  9. Austrália
  10. Áustria

Até o próximo post.

Por que os filhos devem esperar?

A adoção de modelos pedagógicos ativos para que o aluno vivencie na prática o dia a dia profissional e aprenda a enfrentar desafios

A urgente necessidade de realizar profundas transformações nas metodologias de ensino para promover oportunidades de aprendizagem significativa que permitam desenvolver as competências para o Século XXI traz também o desafio inexorável de rever os ultrapassados processos de avaliação dos alunos, que ainda são julgados muito mais pelo conhecimento teórico adquirido nos bancos escolares do que por suas habilidades sócio-emocionais e a capacidade de aplicar seus saberes na prática. Nesta nova realidade educacional, os alunos devem ser avaliados por suas competências e não mais como “another brick in the wall”.

Tenho insistido que nos próximos 10 a 15 anos, quando nossas crianças e jovens estarão ingressando no mercado de trabalho, o mundo corporativo será completamente diferente do que conhecemos até hoje como fruto da revolução industrial. A economia criativa irá demandar (e já está valorizando) profissionais que sejam inovadores, visionários e, acima de tudo, empreendedores; sempre prontos a enfrentar desafios e solucionar problemas.

Se nas últimas décadas o sucesso na carreira esteve atrelado à capacidade de aprender uma profissão em determinada área (humanas, exatas ou biológicas), as novas gerações precisarão, cada vez mais, aprender a aprender, ou seja, terão que ser multicompetentes e estudar por toda vida.

A automação de funções repetitivas com o avanço da inteligência artificial irá levar ao desaparecimento de profissões milenares, que serão assumidas pelos robôs, e ao surgimento de profissões do futuro que ainda sequer somos capazes de imaginar, fazendo com que os momentos de aprendizagem não estejam mais restritos à infância e à adolescência.

Para ser competitivo, o profissional deste novo mundo precisará acompanhar continuamente a próxima invenção, a próxima tendência, o próximo mercado a eclodir. Está saindo de cena o profissional tecnicista e subindo ao palco o profissional criativo, aberto ao risco e à inovação, capaz de pensar o tempo todo ‘fora da caixa’.

Será que as políticas pedagógicas atuais estão alinhadas aos desafios desta nova sociedade digital, conectada, veloz e sedenta por enterrar antigos modelos corporativos para dar lugar a empresas com gestão horizontal, estruturas organizacionais flexíveis e, acreditem, dispostas a reconhecer o erro como combustível para a inovação?

Cabe a reflexão.

Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar fórmulas matemáticas, afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus conhecimentos testados e avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses individuais.

É uma avaliação cruel, que prioriza a inteligência da decoreba ao invés da inteligência criativa.

Se quiserem realmente formar nossos alunos para a economia do Século XXI, movida pelas novas tecnologias e a revolução nas relações de trabalho, precisaremos dar espaço a uma cultura ‘maker’, o ‘fazer para aprender’, desenvolvendo e implementando metodologias ativas de ensino que tirem os alunos da zona de conforto da sala de aula para desafiá-los a desenvolver projetos multidisciplinares capazes de causar impacto real e efetivo na comunidade em que vivem e, assim, trazerem significado ao aprendizado.

Convido o leitor a fazer uma experiência. Dê um brinquedo novo para uma criança e observe sua reação. Ela irá querer brincar ou desmontar, remontar, investigar o brinquedo, não é mesmo? Este impulso de querer desvendar o desconhecido, descobrir o mundo, perguntar os porquês de tudo é próprio da natureza das crianças. Elas têm um potencial criativo pronto a ser estimulado.

Mas o que a escola faz? Ao invés de priorizar um aprendizado prático, as obrigam a ingerir toneladas de teorias que terão pouca ou nenhuma aplicação na vida pessoal ou profissional. Sem motivação, se tornam reféns de livros didáticos que repetem o mesmo currículo desenhado para atender uma geração que passou a vida inteira buscando ter ‘empregabilidade’, mas que agora precisará ter ‘trabalhabilidade’.

Os profissionais que começarão suas carreiras nas próximas décadas não passarão longos anos no mesmo emprego. Ao invés disso, precisarão reunir competências para trabalhar em diferentes projetos que tragam reconhecimento e realização, que sejam éticos e sustentáveis, que ajudem a mudar o mundo para melhor.

Neste futuro breve, o fim das salas de aula como conhecemos, com um professor despejando o mesmo conteúdo para todos os alunos de forma entediante, será inevitável. E na medida em que adotarem novos formatos de ensino e abrirem suas fronteiras para o ingresso da tecnologia como ferramenta pedagógica, as escolas serão forçadas, claro, a também rever seus processos de avaliação.

Outros critérios deverão ser incorporados. Mais do que simplesmente ser avaliado se estudou para a prova (e esquecer tudo assim que entregá-la ao professor), o aluno será testado por sua força criativa e inovadora, sua capacidade de liderança, de resolver problemas e trabalhar em equipe, de se relacionar, de ter autonomia e proatividade, de aprender com os erros e dominar o uso das novas tecnologias, entre outros parâmetros.

Nesta nova escola, a avaliação deixa de ter um papel de julgar e expor o conhecimento (ou a falta dele) de um aluno para ser vista como a valorização e a validação do aprendizado. Não caberá mais premiar o aluno que tirou boa nota e crucificar o aluno que foi mal na prova. A avaliação deve ser não o fim, mas uma parte intrínseca ao processo de construção do conhecimento.

Na economia criativa e na cultura da inovação o erro é reconhecido como a melhor forma de aprender. E, da mesma forma, a escola precisa incorporar o feedback contínuo ao aluno com critérios muito além dos técnicos avaliados na prova bimestral e na prova final para conquistar uma promoção, ou, no caso, para passar de ano. O professor se despe das vestes de juiz para ser um mediador do aprendizado, fazendo um diagnóstico mais amplo das habilidades e conhecimentos do aluno. Não basta saber; é preciso fazer.

Em processos envolvendo metodologias ativas, tais como aprendizagem baseada em projetos três fatores são essenciais para alcançar resultados significativos: a curiosidade, o interesse pela pesquisa e ter uma postura cooperativa. O conteúdo não deve seguir a velha cartilha. O caminho para o aprendizado significativo está em incentivar o aluno a ser questionador, a buscar respostas para problemas identificados por ele mesmo e a atuar como um time com seus colegas.

Com fácil acesso a um oceano infinito de conteúdos disponíveis na nuvem e tendo à disposição ferramentas tecnológicas que propiciam a interação e participação ativa, estudar deixa de seguir um roteiro unidirecional enfadonho (professor – livros – aluno) para ser impulsionado por um aprendizado colaborativo pautado pelo desejo de aprender, refletir, perguntar, analisar, confrontar, revisitar e descobrir.

A adoção de modelos pedagógicos ativos para que o aluno vivencie na prática o dia a dia profissional e aprenda a enfrentar desafios, trabalhar em equipe e sob pressão, administrar o tempo e fazer sua autoavaliação, entre outras competências, torna a avaliação muito mais complexa do que simplesmente checar o gabarito, exigindo uma visão mais holística sobre o aluno. Pense nisso e lembre-se sempre: um aluno nota 10 não é necessariamente o mais preparado para o futuro.

Encerro com um pensamento de Jean Piaget:

A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
fonte: exame.abril.com.br/blog/crescer-em-rede/por-que-seu-filho-nao-precisa-mais-ser-um-aluno-nota-10

O valor da brincadeira para as crianças

Investir na primeira infância é o bastante para reduzir a desigualdade?

O americano James Heckman, prêmio Nobel de economia em 2000, esteve no Brasil esta semana para falar de seus estudos sobre a primeira infância. Foi o entrevistado das páginas amarelas de VEJA e o palestrante principal do encontro “Os desafios da primeira infância – Por que investir em crianças de zero a 6 anos vai mudar o Brasil”, organizado pelas revistas EXAME e VEJA.

A tese do professor Heckman é simples e fascinante. Os estímulos e as experiências que as crianças têm no período inicial da vida são decisivos para o sucesso na idade adulta. São mais importantes e efetivos do que em qualquer outro período da existência. Seus cálculos mostram que para cada dólar gasto há um retorno anual de 14 centavos durante toda vida. Rentabilidade média melhor que qualquer investimento em bolsa de valores, segundo ele.

A seguir tento explicar alguns conceitos que suportam a tese:

1) Habilidades adquiridas entre zero e 6 anos produzem novas habilidades em um círculo virtuoso que cria oportunidades de progresso social e econômico individual e familiar.

2) As políticas públicas em creches, pré-escolas e centros de saúde devem existir para apoiar e envolver famílias que têm um papel primordial na formação inicial dos filhos.

3) As habilidades socioemocionais e não-cognitivas são tão ou mais importantes que o desenvolvimento da inteligência tradicional medida pelo Q.I.

4) Políticas de transferências de renda, como o Bolsa Família, ajudam a reduzir a pobreza, mas não são eficazes na promoção da mobilidade social e redução da desigualdade nas gerações seguintes.

Em resumo, Heckman sustenta que a maneira mais eficiente de diminuir a desigualdade e formar adultos que alcancem renda superior a de seus pais é investindo na formação contínua de habilidades e aptidões que são incentivadas e despertadas na primeira infância.

Pesquisas recentes publicadas sobre o Brasil parecem confirmar algumas das premissas do professor. Um estudo da World Wealth and Income Database (instituto ligado ao economista Thomas Piketty) mostra que, embora a pobreza tenha sido reduzida nos últimos 15 anos, a concentração de renda ainda continua obscena. Os 10% mais ricos tinham 54,3% da renda em 2001 e continuam tendo 55,3% em 2015.

Se formos avaliar qualitativa e quantitativamente o Brasil pelos olhos desta “teoria da primeira infância” poderíamos afirmar que estamos perdendo a oportunidade de garantir que vamos ter gerações futuras melhores. Nossos esforços públicos e privados são isolados e não têm escala suficiente para criar alguma esperança de que a condição das nossas crianças de renda mais baixa está mudando significativamente.

Sejamos, porém, otimistas. Consideremos que, a partir de agora, as políticas públicas e os investimentos privados sejam eficientemente canalizados para melhorar a situação da primeira infância, como proposto pelo professor Heckman. Sonhemos por um instante, que os recursos serão generosos e suficientes. Mesmo assim, pode-se dizer que o resultado levará algumas décadas para operar a metamorfose das famílias e do seu entorno, promovendo a mobilidade social e reduzindo a desigualdade.

Será que haverá tempo suficiente para preparar a geração atual e as próximas para as mudanças aceleradas no mercado de trabalho produzidas pelas inovações tecnológicas? Este é o enigma da teoria. O professor não fala da transformação tecnológica. Deveria. Com o amadurecimento da robótica, da inteligência artificial e da biotecnologia vamos conviver com um novo tipo de desigualdade: o aumento da inteligência e da capacidade intelectual através de seleções genéticas e implantes cerebrais.

Embora Heckman esteja certo em dizer que as habilidades socioemocionais e não cognitivas são importantes, nos próximos 20 a 30 anos vamos ser protagonistas de experiências desestabilizadoras nos conceitos, que hoje temos, do que é inteligência.

A seleção de embriões vai ser, progressivamente, uma realidade. No início, para evitar doenças geneticamente transmissíveis. Depois, entretanto, chegará o dia em que a genética e a neurociência serão capazes de permitir a seleção de filhos com QI superiores. A diferença de capacidades e possibilidades vai começar antes do nascimento.

Também é razoável supor que, neste período de tempo, implantes cerebrais já existam para aumentar a capacidade de raciocinar, processar dados e nos relacionarmos de igual para igual com máquinas inteligentes. A tese de Heckman é sustentada pelo fato de que muitas habilidades e competências não são genéticas, mas sim influenciadas pelo meio ambiente e podem ser incentivadas e adquiridas a partir da primeira infância. Mas, se a diferença genética aumentar, a competição vai ser ainda mais desleal, para indivíduos e nações.

Além disso, ocupações tradicionais vão desaparecer e o mercado de trabalho vai ser ocupado pelos novos super-homens. É razoável prever que uma criança com um QI superior vai ser também capaz de adquirir os tão necessários skills socioemocionais, se adequadamente estimulados na infância.

O que fazer? Os princípios do professor Heckman são admiráveis e mostram um caminho. São também afetivamente e sedutoramente cativantes. Uma causa para chamarmos de nossa. Cuidemos bem das nossas crianças que as gerações futuras serão melhores. Não há, todavia, como não colocar a inovação a e a mudança do mundo no meio da discussão. A tecnologia que ata também desata. Ela pode ser um estorvo, mas também pode ser uma solução.

Mas, mais do que tudo, para decifrar o enigma temos que fundar uma nova ética, na qual a tecnologia e a inovação sejam aplicadas para reduzir as diferenças de origem, genéticas ou fabricadas e ajudem a aumentar a velocidade de obtenção das habilidades e competências socioemocionais e não cognitivas que nos fazem ser tão singularmente dissemelhantes e humanos.
fonte de consulta: exame.abril.com.br/blog/silvio-genesini/o-enigma-da-teoria-da-primeira-infancia

Até mais.

As creches, escolinhas e escolas se transformam em um local desconhecido para as crianças no início do ano escolar quando os pais fazem a transferência do aluno. Eles precisarão adaptar aos horários, regras, rotinas, professores e novos colegas de classe. É muita novidade e isto pode tornar o novo ambiente em um cenário assustador, fato que pode implicar naquela tradicional manha, cenas na porta da escola e até mesmo pânico nas crianças, mas os pais podem desempenhar um papel relevante nesta fase e tentar amenizar o medo para que os filhotes enfrentem com mais segurança esta nova etapa em suas vidas.

Confira:

– EDUCAÇÃO INFANTIL
10 respostas sobre adaptação escolar
Como agir (e como não agir) no período de adaptação na escola, uma fase tão importante na vida do seu filho

– Adaptação à escola de crianças com 2 e 3 anos
A adaptação de uma criança de 2 a 3 anos a uma escola dependerá mais da atitude do pessoal docente e dos cuidadores do que da criança. Ela não sabe que vai à escola, mas o pessoal da escola deve estar preparado para recebê-la. Além disso, este trabalho de preparação deverá ser compartilhado com os pais.

– Como ajudar seu filho a se adaptar na nova escola
Veja como você pode lidar com as dificuldades dos primeiros dias de aula

Professores novos e o ambiente diferente são as principais queixas das crianças

Até o próximo post.

Os terríveis 2 anos (terrible twos) na verdade podem começar aos 18 meses e se estender até os 4 anos. Todas as crianças passam por essa fase, mas algumas com mais intensidade, outras menos.

“Eu não gosto de chamar essa fase de “terrible”. Deveríamos pensar que bom! A criança ao passar por esse período, demonstra que está se desenvolvendo de forma saudável, se diferenciando, percebendo seus desejos, percebendo o outro e o mundo à sua volta”, diz a psicóloga Daniella Freixo de Faria, mãe de Maria Eduarda e Maria Luisa. Ok, pode não ser terrível pra eles, mas é terrível para a gente, que fica exausta e sem saber o que fazer diante de um chilique!

“A criança sente que tem que batalhar para que seus desejos sejam atendidos e faz isso a qualquer custo. Por isso aparecem muitas birras. A lista de desejos é voraz, incessante e não tem fim. Nosso importante papel como educadores é ensinar o “não”, a espera, o outro. Nós somos os primeiros “outros” na vida dos pequenos, diz Daniella.

Nós, adultos, também temos uma lista voraz de desejos, mas sabemos filtrar os mais importantes dos menos importantes, e sabemos transformá-los em projetos para, aí sim, com dedicação, espera e esforço, tentar conquista-los. Sabemos que esses sonhos podem não acontecer e que podemos nos frustrar. Seu filho ainda não tem essas habilidades. Esse é o grande aprendizado que tem início nessa fase da vida e que será exercitado sempre, cm vitórias e frustrações.

Muita coisa acontece com a criança quando ela completa 2 anos: ganha autonomia; aprende que é uma pessoa diferente dos Pais e tem vontades próprias; entra na escola; e, muitas vezes, ganha um irmãozinho. Tanta novidade é responsável pela famosa crise dos terrible twos – que, sinto muito, pode durar até os 4 anos.

Declaração de independência

Tudo isso está relacionado a alguns marcos muito importantes do desenvolvimento infantil. “A criança começa a ganhar autonomia, a falar e a andar. Aprende a dizer “não”. Os sintomas de oposição e desafio estão ligados a esse ganho de autonomia, lembra o psiquiatra da infância e da adolescência Gustavo Teixeira, pai de Pedro Henrique e João Paulo, e autor de O Reizinho da Casa (Editora Best Seller).

Agora seu filho sabe, definitivamente, que é uma pessoa e você outra. A criança está se diferenciando do adulto e tem necessidade de mostrar isso – de maneira um pouco rude, sabemos.

É como um adolescente, que precisa se distanciar do adulto (e muitas vezes discordar) para ganhar independência, para se perceber diferente, único. Ambas as fases são momentos de passagem, para ter maior autonomia. É por isso que muitos chamam esse período de a “adolescência” do bebê. Mas, calma, isso não significa que seu filho de 2 anos vai entender um papo cabeça sobre seu comportamento!

Você vai ganhar um irmãozinho! Oba!

Oba? Com todas as mudanças que ocorrem por volta dos 2 anos, é comum somar-se essa novidade, que pode ser linda para quem olha de fora, mas é um tanto complicada na cabecinha de uma criança.

Para Rachel Micheletti de Barros, a “crise” do filho Guilherme, que agora está com 3 anos e 8 meses foi agravada e prolongada pelo nascimento do irmãozinho Breno, que agora já tem 1 ano. “Gui nunca me deu trabalho e, do nada, começou a fazer birra e chorar por tudo” conta.

A criança pequena percebe o amor da mãe e do pai pela atenção que recebe. Essa é a forma como sente a sua presença. Quando essa atenção diminui pelo nascimento do irmão, por exemplo, ela pode ficar insegura do amor que antes tinha como só seu.

“Nessa idade, as crianças ficam mais distantes dos pais, seja pela entrada na escola, seja pelo nascimento de um irmão. O que elas querem é chamar a atenção, e fazem isso aprontando: se jogam no chão, por exemplo”, diz o pediatra Claudio Len, pai de Fernando, Beatriz e Silvia. Claro: a birra costuma ser uma maneira eficaz de chamar a nossa atenção. Quando a gente larga o que está fazendo para dar uma bronca a criança consegue o que queria. “Quando você sente que a criança está chorando, fazendo birra demais, ali provavelmente existe a necessidade de dar uma atenção extra, de ficar mais perto. Sentar no chão para brincar, ver um filme junto, dar um passeio, valorizar a presença. Esses encontros trazem segurança do amor”, diz a psicóloga.

A dica do pediatra é reservar pelo menos 30 minutos por dia para ficar só com a criança. Desligar celular, TV e computador. Sentar e brincar. “Não adianta apenas ficar levando na aula de natação, no parquinho, na festinha… Os pais acham que estão dando atenção fazendo essas coisas. Na verdade não, porque lá a criança vai encontrar outras pessoas e não tem a atenção dos pais. Se a mãe ficar meia hora por dia com o filho brincando em casa, reduz a ansiedade. A criança fica mais calma”, sugere Claudio.

Terrible threes

Alguns nunca ouviram falar nos terríveis 3 anos. Outros juram que essa fase é pior do que a dos 2 anos. A verdade é que não tem uma hora exata para o comportamento típico dessa idade começar e nem para terminar, isso, claro, varia de acordo com a personalidade do seu filho e a forma como você o cria.

“Que canseira! E pensar que eu tinha medo do terrible two, mal sabia eu que o terrible three era pior… Que fase!, desabafou Monique Magalhães no Facebook. Seu pequeno Mateus, de 3 anos e 7 meses, começou a se comportar de maneira diferente ao completar 2 anos. Virou a chavinha no dia do aniversário. E foi piorando… “Ele ficou mais teimoso, mais desobediente. Parece que faz só para me contrariar, só pra não dar o braço a torcer”, conta.

Essa postura opositiva é típica nas crianças dessa idade e pode ficar ainda mais intensa, dependendo de como o adulto lida com a situação. “Quando ele corrige com o castigo, grito, o tapa ou o “se você…”, a criança constrói dentro dela a vontade e a necessidade de vencer o adulto. Até esquece qual foi a sua atitude, o foco vira vencer”, explica a psicóloga Daniella.

Em vez de entrar nesse embate, nós, pais, precisamos saber nos posicionar. Falar de maneira empática: considerar o desejo do seu filho e entender a sua vontade é muito importante, mesmo que seja para negá-la depois.

Se o embate se estabelece, adulto e criança sentem que precisam vencer, então forma-se um círculo vicioso perigoso, difícil e muito desgastante. Para vencer, o adulto precisa de cada vez mais força na hora de aplicar o castigo. A criança cria cada vez mais resistência. Por isso, provavelmente aos 3 anos as crianças têm ainda mais empenho e resistência em bancar os seus desejos e a situação parece mais difícil.

“Ao criarmos empatia e construirmos esse caminho com autoridade positiva, aplicando consequências conversando, sempre dando opções às crianças, passaremos por essa fase de forma muito mais fácil e tranquila”, sugere a psicóloga.

A Monique, mãe do Mateus, está no caminho certo: “Tento ser o mais natural e calma possível. Se fico nervosa, as coisas só pioram”. Mas ela assume: “Às vezes é difícil”. E é mesmo!

Para o psiquiatra Gustavo Teixeira, a calma também é importante para dar o exemplo. “A criança vê o comportamento de quem está perto e aprende por espelhamento. Se o pai resolve tudo com violência, ela vai assumir isso como correto”, diz.

E na hora da birra?

O maior erro é fazer aquilo que a criança quer com o objetivo de acalmá-la. Ou seja: durante um escândalo abaixe e fale calmamente para a criança que quer muito compreender o que ela precisa e que por isso vai esperar ela se acalmar para conversarem. Dado esse recado, afaste sua atenção.

De acordo com o estudo que citamos logo no começo da matéria, é possível pedir a uma criança de 2 anos que se acalme e escute o que está querendo dizer – não está fora de seu alcance entender isso.

Quando ela não consegue nada com a birra, aprende que não consegue nada com a birra. Parece óbvio, mas a gente acaba esquecendo. Quem ensina se esse chilique funciona ou não é a gente.

“O adulto pode estar a serviço da criança ou a serviço da educação da criança. Estar a serviço da criança é atender todos os desejos dela. Isso é perigosíssimo e faz com que o egocentrismo (que todos nós temos ao nascer) se perpetue por muito mais tempo”, diz Daniella.

Outro erro comum dos pais é desautorizar. “O pai dá a ordem, a criança faz a birra e depois o pai deixa de lado o que falou para eliminar a birra. Isso é gravíssimo. Se você premia um comportamento errado, aumenta a probabilidade de acontecer de novo no futuro”, explica o psiquiatra Gustavo. O importante é não ceder.

Mas, calma, depois da tempestade, vem a calmaria. Esa fase passa. Quando? Vai depender de como você lida com esse mar em fúria aí na sua casa. Para ele não virar um tsunami vida afora, comece a agir desde já, colocando limites, dando muito carinho, amor e atenção, ouvindo e enxergando seu filho.

Terrible twos x Terrible threes

Aos 2

– Aprende a falar Não e gosta de se opor aos pais.

– Chora quando não tem atenção ou quando seus desejos não são atendidos.

– Consegue escolher entre duas opções simples, como: “Você pega o brinquedo para o banho ou a mamãe pega?”

– Aceita ser conduzida para outra brincadeira quando está fazendo algo que não pode.

Aos 3

– Já consegue construir frases e tem mais facilidade em expressar suas vontades.

– Faz birras e grita quando não consegue o que quer.

– Consegue escolher entre opções mais elaboradas como “Você prefere banho agora, jantar e depois ter tempo para brincar; ou brincar por mais 10 minutos, depois ir para o banho, jantar e dormir?”

– Entende por que não pode fazer determinada coisa, se o adulto explicar. Também aceita ser conduzido por uma brincadeira permitida.

Razões para amar os Terrible twos

Descubra como pode ser uma idade ótima para memórias e descobertas

1 – Eles veem o melhor das pessoas. A vontade de sorrir e brincar com todo mundo pode contribuir muito para o desenvolvimento.

2 – Encontram felicidade nas pequenas coisas. São os prazeres simples que dão às crianças as maiores alegrias.

3 – Acreditam que beijos são mágicos. Seu gesto carinhoso é a ferramenta mais poderosa para o que as crianças mais precisam: amor, direção e segurança.

4 – São líderes na tomada de decisões. As vontades fortes podem deixar a mãe e o pai exaustos às vezes, mas eles são líderes naturais.

5 – Pensam fora da caixinha. Sem inibições e com a criatividade crua, eles têm seu próprio jeito de enxergar a vida.

6 – Têm espírito aventureiro. É a chance de realizar, testar limitações, pontos fortes e a capacidade de fazer as coisas acontecerem por conta própria.

7 – São pequenos ajudantes. Quando têm suas próprias tarefas, ficam felizes em ajudar os pais.

8 – Eles vivem o presente. Em vez de se preocupar com o passado, as crianças concentram no que está diante delas.

9 – Ser capaz de se emocionar é uma qualidade que muitos adultos não têm e que é fundamental.

Fonte: Passinho Inicial; Revista Pais e Filhos– Editora Manchete – Novembro/2015 – Páginas 37 a 41.

 terríveis 2 anos (terrible twos)

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Teimosia começando aparecer

Até mais.

Dentro da família os Pais são convocados a assumir diversos papeis no desenvolvimento do filho, como os de: segurança, médico, carregador de boneca, jogador de futebol, professor, gandula, goleiro, e por aí vai.

De fato, ter e criar os filhos é uma aventura. Isso porque os Pais precisam estar sempre atentos e preparados para assumir o controle de qualquer situação a qualquer momento. E, para isso, devem assumir uma função diferente, que pode ser de protetor, quando eles se sentirem em perigo; de médico, quando falar que a vacina não vai doer e ainda vai impedir que se fique doente; em professor quando houver dificuldade em alguma lição, etc.

A necessidade de se assumir diversos papeis na criação dos filhos foi tema da pesquisa de duas psicólogas, a canadense Joan Grusec, da Universidade de Toronto, e a israelense Maayan Davidov, da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Elas identificaram algumas interações no relacionamento entre Pais e Filhos que influenciam diretamente no amadurecimento dos pequenos. Mas é preciso ficar claro, como ambas frisaram em seu estudo, que não existe um modelo de criação, mas há alterações de papeis de acordo com determinada situação da vida das crianças.

Veja algumas funções apontadas pelas especialistas:

Protetor – comumente, todos nós, quando crianças, desenvolvemos hábitos de procurar um adulto para obter ajuda com algo. Um exemplo é uma criança que chora em busca da proteção do Pai. Automaticamente, o Pai abraça a criança, o que resulta em diversos benefícios para ela também em sua fase adulta. Com o tempo, o cérebro do pequeno passa a ser “treinado” para, eventualmente, lidar com o estresse por conta própria. “Confortar um filho agitado, equivale a investir na sua cooperação futura, no seu desenvolvimento emocional positivo e seu bem-estar geral”.

Professor – é por causa dessa função que a criança aprende algumas coisas que serão usadas para sempre, como, por exemplo, a usar o vaso sanitário, a manejar talheres, a comportar-se em situações e também com sentimentos. O ensinamento deve ser realizado por etapas, sempre de forma íntima e gentil. “Depois de avaliarem o que o filho já sabe, os Pais instruem sobre o passo seguinte oferecem apoio até a criança assimilar o conteúdo transmitido. Com isso, ela não apenas absorve novos ensinamentos, como passa a compreender o quadro mais abrangente do problema.”

Disciplinador – todo Pai precisa garantir que as crianças tenham disciplina na vida. Nem sempre deve ser ligada a uma crítica ou a um castigo, mas podem ocorrer diversas ações positivas também, como o ato de elogiar um bom comportamento, por exemplo. É importante que haja equilíbrio para que a criança se sinta motivada e crie em si o senso de responsabilidade. “Se a reação dos Pais for disciplinarmente fraca, o comportamento que gerou o problema não vai mudar. Em contrapartida, o excesso de disciplina também pode prejudicar a capacidade de definir limites para si mesma!, garantem. Por isso o conselho é que o Pai entenda e conheça o seu filho suficientemente para eleger a melhor estratégia de controle. O bom uso da disciplina permite à criança crescer sabendo fazer as coisas certas por conta própria.

Participante – o ato de negar não deve ocorrer a todo o momento, é claro. Alguns desejos razoáveis devem ser atendidos pelos Pais. Isso porque as crianças ficam mais propensas a aceitar com bom ânimo algo que lhes é solicitado depois. Isso não deve ser confundido com a recompensa de gestos de cooperação, o que é um perigo enorme para a educação da criança. O correto é você atender aos pedidos que não estejam ligados com nada que lhes foi exigido. Crianças com esse tratamento tendem a ser mais felizes e a ter habilidades sociais positivas, menos problemas e menos discussões, afirmam as especialistas. Uma boa ideia é sempre participar das brincadeiras. Mesmo se for com um chá entre amigos com os pequenos, ou uma partida de videogame ou de futebol.
Fonte: Jornal Saúde Ultrafarma  – Agosto/2015 – Páginas 24 e 25.
Passinho Inicial

Leia também:

Opinião: A função dos pais é ajudar o filho a se constituir como pessoa
Para uns, os filhos fazem tudo certo, para outros, fazem tudo errado.
Ambas atitudes colaboram pouco para o desenvolvimento da criança.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2010/04/opiniao-funcao-dos-pais-e-ajudar-o-filho-se-constituir-como-pessoa.html
psicologapais

Até o próximo post.

Afinal de contas qual o motivo para incluir o uso do computador de maneira adequada na rotina da criançada?
Vejam este caso que surpreendente, onde o tablet está acelerando a alfabetização de um menino de pouco mais de 2 anos de idade:

10/07/2015 07h21 – Atualizado em 10/07/2015 08h06
Menino de 2 anos aprende a ler o alfabeto e a contar
Garoto de Mauá, no ABC, teve ajuda de aplicativo de celular.
Segundo especialista, tecnologia ajuda a desenvolver habilidade precoce.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/07/menino-de-2-anos-aprende-ler-o-alfabeto-e-contar.html

Leia também:
13 perguntas e respostas sobre computadores na pré-escola
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/10-perguntas-respostas-computadores-pre-escola-611908.shtml
INCLUSÃO DIGITAL: Já na pré-escola é importante garantir que os pequenos tenham acesso à tecnologia

Até o próximo post.

Onde o seu filhoe aprende a ficar com olhos revirados, respostas grosseiras, etc. ? Pode ser na TV, na escola, com os amiginhos ou até mesmo dentro de casa. Este artigo abaixo que pode muito bem ajudar quanto a este assunto:

“Que tal eu escolher minhas próprias roupas?” A frase soaria normal se partisse de um adolescente, mas nesse caso quem disse foi uma menina de 6 anos, que discutia com a mãe sobre o que usaria para ir à escola. Pois é, você já deve ter presenciado respostinhas, mãos nos quadris ou dedinhos em riste, como se a criança estivesse dando uma bronca em você – invertendo totalmente os papéis. Fora aquele olhar revirado para o teto, de quem parece estar impaciente (e está).

A história das roupas aconteceu de verdade e a mãe, Tasha Festel, ficou assustada. “Não foi o que ela disse que me fez sentir tão triste, foi sua atitude. Eu não podia acreditar que ela estava falando comigo daquele jeito.” Cada um lida de uma maneira diferente com as respostas atravessadas das crianças, mas esse comportamento malcriado de um serzinho que costumava ser fofo e correr para te abraçar, pode ser irritante e doloroso.

Esse tipo de atitude está começando cada vez mais cedo. “Atendo há quatro décadas e percebi que essa grosseria aumentou muito”, diz o psicólogo clínico Michael Osit, autor de Generation Text: Raising Well-Adjusted Kids in a World of Instant Everything (sem tradução em português). Ele coloca muito da culpa na mídia e na nossa cultura atual.

Surpreendentemente normal

A grosseria pode ser um jeito de a criança lidar com alguma situação em casa, mas normalmente é apenas um estágio de desenvolvimento na sua “declaração de independência”. A mesma criança que grita pode dizer “eu te amo” 20 minutos depois.

“As crianças lutam pela autonomia desde muito cedo”, explica Eileen Kennedy Moore, coautora do livro Smart Parenting for Smart Kids: Nurturing Your Child s True Potencial (sem tradução em português). Os bebês cospem a comida que não querem. Aos 2 anos, eles são os mestres em dizer “não”. Crianças em idade escolar lutam para descobrir quem são. Em cada fase, estão testando o quão forte podem ser para ter o que querem. E ultrapassam o limite. Esse cabo de guerra emocional – entre querer crescer e ainda assim continuar sendo bebê – pode desencadear um sentimento irritado e zangado com que as crianças não sabem muito bem como lidar.

Apesar de ser “normal” as crianças agirem dessa forma algumas vezes, por outro lado isso pode encorajar um comportamento desrespeitoso. Quando você está esgotado ou apressado, não quer que o tempo que passa com o seu filho seja ocupado por brigas. Mesmo sabendo que não deveria tolerar respostas sarcásticas, às vezes ignora as crises e arruma a mesa você mesma. E adia pontuações necessárias.

Não é contra você

Uns anos atrás, Dalas Louis estava tendo uma época difícil como mãe. “Um dia pedi mil vezes a Ethan, meu mais velho, com 7 anos, para que ele saísse da piscina. Ele continuou me ignorando, lançando aquele sorriso de “Eu te desafio” e afundava na água novamente”, relembra Louis, autora do livro The Mommy Diaries: How I m Survivng Parenthood Without Killing Anyone (sem tradução em português). “Quando eu finalmente o arrastei pra fora, ele gritou: “Eu te odeio!”. Eu conseguia sentir meus olhos lacrimejando. Aquilo me ofendeu muito mais do que qualquer palavrão. E me perguntei o que estava fazendo de errado.”

Embora seja difícil lidar com essas situações, certamente isso não significa que você seja uma mãe horrível. “As crianças amam seus pais”, diz Kennedy-Moore. “Às vezes elas apenas não querem desligar o videogame ou sair da piscina. Responder de volta é uma expressão da frustração e uma tática que eles esperam que vá levar ao que querem.”

Depois de um dia cheio de regras e expectativas dos adultos, crianças em idade escolar muitas vezes se sentem impotentes e irritadas. “Expressar suas opiniões com rispidez ajuda a sentirem como se tivessem algum controle sobre a própria vida”, explica a psicóloga Bronwyn B. Charlton. O problema é que as habilidades sociais infantis não alcançam as habilidades verbais. “Tato não é parte do repertório deles”, acrescenta. “Eles não entendem como expressar seus “grandes” sentimentos calmamente sem machucar ninguém – apenas se você ensiná-los.”

Lembre-se: eles são crianças, e o adulto aqui é você. Não é o caso de levar para o lado pessoal e muito menos responder na mesma moeda, como se fosse uma briga de escola. Veja abaixo boas maneiras de lidar com a situação:

Como resolver

– Dê o exemplo: quando você é indelicado com um garçom ou revira os olhos para as sugestões do seu marido, as crianças estão vendo.

– Não entre na batalha: quando seu filho te provoca, é normal você ser tentado a responder na mesma moeda. Mas isso é mau exemplo.

– Mostre que não gostou: diga: “Você sabe como falar comigo se quer que eu te escute”.

– Trate seu filho com respeito: com pedidos respeitosos é mais provável de obter respostas respeitosas.

– Crie um momento de aprendizado: os filhos nem sempre entendem por que suas palavras ferem. Cabe a você explicar.

– Perceba os bons momentos: Reconheça, elogie, agradeça.

Este é mais um artigo cujo objetivo é orientar e ajudar os Srs. Pais no pleno desenvolvimento dos          pequenos.

Agradecemos a atenção e estamos à disposição em caso de dúvidas.
Fonte: Revista Pais e Filhos – Ano 45 – Julho / 2014 – Página 80.
filho respondão
paisefilhos.com.br/crianca/filho-respondao

Leia também:
– O que aconteceu com a disciplina?

Até o próximo post.