Por que os filhos devem esperar?

A adoção de modelos pedagógicos ativos para que o aluno vivencie na prática o dia a dia profissional e aprenda a enfrentar desafios

A urgente necessidade de realizar profundas transformações nas metodologias de ensino para promover oportunidades de aprendizagem significativa que permitam desenvolver as competências para o Século XXI traz também o desafio inexorável de rever os ultrapassados processos de avaliação dos alunos, que ainda são julgados muito mais pelo conhecimento teórico adquirido nos bancos escolares do que por suas habilidades sócio-emocionais e a capacidade de aplicar seus saberes na prática. Nesta nova realidade educacional, os alunos devem ser avaliados por suas competências e não mais como “another brick in the wall”.

Tenho insistido que nos próximos 10 a 15 anos, quando nossas crianças e jovens estarão ingressando no mercado de trabalho, o mundo corporativo será completamente diferente do que conhecemos até hoje como fruto da revolução industrial. A economia criativa irá demandar (e já está valorizando) profissionais que sejam inovadores, visionários e, acima de tudo, empreendedores; sempre prontos a enfrentar desafios e solucionar problemas.

Se nas últimas décadas o sucesso na carreira esteve atrelado à capacidade de aprender uma profissão em determinada área (humanas, exatas ou biológicas), as novas gerações precisarão, cada vez mais, aprender a aprender, ou seja, terão que ser multicompetentes e estudar por toda vida.

A automação de funções repetitivas com o avanço da inteligência artificial irá levar ao desaparecimento de profissões milenares, que serão assumidas pelos robôs, e ao surgimento de profissões do futuro que ainda sequer somos capazes de imaginar, fazendo com que os momentos de aprendizagem não estejam mais restritos à infância e à adolescência.

Para ser competitivo, o profissional deste novo mundo precisará acompanhar continuamente a próxima invenção, a próxima tendência, o próximo mercado a eclodir. Está saindo de cena o profissional tecnicista e subindo ao palco o profissional criativo, aberto ao risco e à inovação, capaz de pensar o tempo todo ‘fora da caixa’.

Será que as políticas pedagógicas atuais estão alinhadas aos desafios desta nova sociedade digital, conectada, veloz e sedenta por enterrar antigos modelos corporativos para dar lugar a empresas com gestão horizontal, estruturas organizacionais flexíveis e, acreditem, dispostas a reconhecer o erro como combustível para a inovação?

Cabe a reflexão.

Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar fórmulas matemáticas, afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus conhecimentos testados e avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses individuais.

É uma avaliação cruel, que prioriza a inteligência da decoreba ao invés da inteligência criativa.

Se quiserem realmente formar nossos alunos para a economia do Século XXI, movida pelas novas tecnologias e a revolução nas relações de trabalho, precisaremos dar espaço a uma cultura ‘maker’, o ‘fazer para aprender’, desenvolvendo e implementando metodologias ativas de ensino que tirem os alunos da zona de conforto da sala de aula para desafiá-los a desenvolver projetos multidisciplinares capazes de causar impacto real e efetivo na comunidade em que vivem e, assim, trazerem significado ao aprendizado.

Convido o leitor a fazer uma experiência. Dê um brinquedo novo para uma criança e observe sua reação. Ela irá querer brincar ou desmontar, remontar, investigar o brinquedo, não é mesmo? Este impulso de querer desvendar o desconhecido, descobrir o mundo, perguntar os porquês de tudo é próprio da natureza das crianças. Elas têm um potencial criativo pronto a ser estimulado.

Mas o que a escola faz? Ao invés de priorizar um aprendizado prático, as obrigam a ingerir toneladas de teorias que terão pouca ou nenhuma aplicação na vida pessoal ou profissional. Sem motivação, se tornam reféns de livros didáticos que repetem o mesmo currículo desenhado para atender uma geração que passou a vida inteira buscando ter ‘empregabilidade’, mas que agora precisará ter ‘trabalhabilidade’.

Os profissionais que começarão suas carreiras nas próximas décadas não passarão longos anos no mesmo emprego. Ao invés disso, precisarão reunir competências para trabalhar em diferentes projetos que tragam reconhecimento e realização, que sejam éticos e sustentáveis, que ajudem a mudar o mundo para melhor.

Neste futuro breve, o fim das salas de aula como conhecemos, com um professor despejando o mesmo conteúdo para todos os alunos de forma entediante, será inevitável. E na medida em que adotarem novos formatos de ensino e abrirem suas fronteiras para o ingresso da tecnologia como ferramenta pedagógica, as escolas serão forçadas, claro, a também rever seus processos de avaliação.

Outros critérios deverão ser incorporados. Mais do que simplesmente ser avaliado se estudou para a prova (e esquecer tudo assim que entregá-la ao professor), o aluno será testado por sua força criativa e inovadora, sua capacidade de liderança, de resolver problemas e trabalhar em equipe, de se relacionar, de ter autonomia e proatividade, de aprender com os erros e dominar o uso das novas tecnologias, entre outros parâmetros.

Nesta nova escola, a avaliação deixa de ter um papel de julgar e expor o conhecimento (ou a falta dele) de um aluno para ser vista como a valorização e a validação do aprendizado. Não caberá mais premiar o aluno que tirou boa nota e crucificar o aluno que foi mal na prova. A avaliação deve ser não o fim, mas uma parte intrínseca ao processo de construção do conhecimento.

Na economia criativa e na cultura da inovação o erro é reconhecido como a melhor forma de aprender. E, da mesma forma, a escola precisa incorporar o feedback contínuo ao aluno com critérios muito além dos técnicos avaliados na prova bimestral e na prova final para conquistar uma promoção, ou, no caso, para passar de ano. O professor se despe das vestes de juiz para ser um mediador do aprendizado, fazendo um diagnóstico mais amplo das habilidades e conhecimentos do aluno. Não basta saber; é preciso fazer.

Em processos envolvendo metodologias ativas, tais como aprendizagem baseada em projetos três fatores são essenciais para alcançar resultados significativos: a curiosidade, o interesse pela pesquisa e ter uma postura cooperativa. O conteúdo não deve seguir a velha cartilha. O caminho para o aprendizado significativo está em incentivar o aluno a ser questionador, a buscar respostas para problemas identificados por ele mesmo e a atuar como um time com seus colegas.

Com fácil acesso a um oceano infinito de conteúdos disponíveis na nuvem e tendo à disposição ferramentas tecnológicas que propiciam a interação e participação ativa, estudar deixa de seguir um roteiro unidirecional enfadonho (professor – livros – aluno) para ser impulsionado por um aprendizado colaborativo pautado pelo desejo de aprender, refletir, perguntar, analisar, confrontar, revisitar e descobrir.

A adoção de modelos pedagógicos ativos para que o aluno vivencie na prática o dia a dia profissional e aprenda a enfrentar desafios, trabalhar em equipe e sob pressão, administrar o tempo e fazer sua autoavaliação, entre outras competências, torna a avaliação muito mais complexa do que simplesmente checar o gabarito, exigindo uma visão mais holística sobre o aluno. Pense nisso e lembre-se sempre: um aluno nota 10 não é necessariamente o mais preparado para o futuro.

Encerro com um pensamento de Jean Piaget:

A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
fonte: exame.abril.com.br/blog/crescer-em-rede/por-que-seu-filho-nao-precisa-mais-ser-um-aluno-nota-10

Veja pontos que representam vantagens e desvantagens de deixar o seu filho em uma creche, atualmente também chamada de escolinha.

Vantagens:

  • O custo pode ser variável, inclusive ser de graça, fato que atende a diversas camadas de renda da população. A maioria das creches sairá mais em conta do que contratar uma babá por período integral, porém existirão outras que custam mais caro até do que uma mensalidade de faculdade.
  • A flexibilidade de horário, comum em escolinhas e berçários, permite que os pais possam escolher um período (integral, manhã ou tarde) de acordo com o tempo que fica fora de casa. Algumas permitem algumas horas extras por mês sem cobrança adicional. Na maioria dos casos se as horas a mais virarem um hábito será cobrado a diferença na próxima mensalidade.
  • Conforme a necessidade, muitas escolinhas aceitam crianças a partir de 4 meses de idade. É necessário um período de adaptação. Os bebês costumam ficar no berçário até começarem andar com firmeza, momento no qual migrarão para a próxima fase (mini-maternal).

Desvantagens:

  • O berçário é mais caro do que as outras etapas na escolinha, pois as crianças menores requerem maior atenção que as demais. Neste caso há menos crianças por profissional.
  • Contágio de doença é a maior reclamação dos pais de crianças em escolinhas, principalmente das que ainda não completaram um ano de vida. O médico pediatra homeopata José Armando Macedo, membro do Espaço Potencial, grupo de estudos ligado ao Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae, diz que o sistema imunológico infantil está em formação até os três anos de idade e que frequentar a escolinha ou a creche antes disso vai acarretar em alguns períodos de doença. Ele alerta que esse quadro pode ser mais intenso com os bebês por uma questão emocional. “Como bebês precisam de muita atenção e na escolinha precisam disputá-la com outras crianças, isso resulta em um estresse que diminui a imunidade, tornando-os mais suscetíveis a doenças”, explica.

    Para Maíla não é diferente: “todo inverno eu sofro. Quando o tempo fica frio e seco ela fica com febre quase toda semana e, no ano passado, até gripe suína ela pegou”, lamenta. Além da preocupação com a saúde da criança, quando a escola é o único recurso para deixar os filhos, em caso de doença a mãe precisa faltar no trabalho ou ter um plano B até a criança se recuperar.

  • Levar e trazer da escolinha, ou seja, o transporte, em tempos de congestionamentos garrafais, levar e buscar as crianças na escola pode ser um martírio – ainda mais na hora do rush. Para evitar atrasos e perda de tempo no trânsito, é indispensável escolher uma escola perto de casa, pelo menos até a criança ter idade para andar no transporte escolar – o que algumas vezes implica em não matricular na escola que seria a primeira opção dos pais
  • A adaptação na creche depende de como é feita a transição do convívio com a mãe para a escola e também do perfil da criança. Segundo a Adela Stoppel de Gueller, professora do curso de formação em psicanálise da criança do Instituto Sedes Sapientiae e do curso de especialização de Teoria Psicanalítica da PUC-SP, não só na escola, mas em qualquer caso, a transição gradual é melhor. “É bom que a mãe fale bastante com o bebê lhe contando que em breve vai sair para trabalhar e que vai deixá-la com tal pessoa, mas vai voltar e ficar junto novamente. Também é interessante que ela saia algumas vezes por períodos mais curtos, deixando o bebê com o encarregado, para ver como o bebê vai reagindo”, explica.

Fonte de consulta: delas.ig.com.br/filhos/creche-ou-escolinha-vantagens-e-desvantagens/n1237771692120.html